Cristal

A felicidade é frágil...

Wednesday, July 26, 2006

O Código



Depois de tantos dias em cartaz, depois de tanta gente ter ido ver o filme, lá fui eu! Saí de lá como quem tinha levado um abanão, no sentido de “A vida não é só isto que vês”!
De facto, para além do visível, acredito que há outra dimensão, quanto mais não seja, de forças… Afinal, e fugindo um pouco ao conceito de Vida, considerando-a como sinónimo de Existência, esta vai muito mais além de tudo o que existe na Terra. Pensemos: o que são os outros planetas em si mesmo? E as outras galáxias? Porque existem? Não será tudo isto fruto de forças que existiam primordialmente, mesmo que apenas forças físicas? E estas como surgiram?... Não seria o Big Bang o início da nossa existência como seres vivos neste planeta? Pois é, assim tudo se torna bem mais complexo!!!
Não li o livro. Primeiro porque é grande, depois porque não é o tipo de livro que me preenche actualmente. E falo aqui do tipo de livro e não da história… Muita gente me falou do livro, da história, de tal modo que não me passou de modo algum ao lado. E discuti várias vezes o tema do livro. Apesar de não ter lido o livro, quis ir ver o filme.
A história do livro terá tanto de verdade como de formas estranhas de abordar certos problemas… afinal, para quem conhece outros livros bem anteriores a este, vê que não trouxe nada de novo (exemplo: O Pêndulo de Foucauld de Umberto Eco). Apenas tornou o campo em causa num sucesso de vendas e tornou-o acessível a pessoas que de outro modo não o conheceriam (convínhamos que é muito mais fácil ler um Dan Brown que um Umberto Eco).
Para mim, sem dúvida que Jesus foi e é uma personagem inigualável da história. Uma pessoa que, da forma mais sincera e magnífica, disseminou os valores de paz e amor ao próximo. Conciliava na mesma pessoa a vertente humana, portanto com as dúvidas e até fraquezas, e uma outra vertente, acima da nossa dimensão. Repito que isto é a minha visão e aquilo em que acredito. Portanto, tudo que se venha a descobrir ou a tornar público sobre a sua vida, em nada afecta os valores que ele me transmitiu, apenas vem completar a sua história, uma história bem mais rica do que possamos imaginar.
A Igreja, apesar de ter sido fundada por Jesus, ou melhor, pela sua vontade, tem vindo a ser construída, ao longo da história, por homens, que muitas vezes se deixam corromper pelo poder, pela ganância… De facto, isso, em parte, deve-se à própria condição humana. Não estou a usar este argumento como desculpa, mas apenas a constatá-lo. É muito difícil para um simples humano levar a sua vida tão fiel aos princípios da paz, humildade e amor pelos outros até às últimas consequências, mesmo que os outros nos odeiem e nos façam mal! Mas acredito que alguns o consigam… por tudo isto, acho compreensível que alguns factos tenham sido ocultados, por pessoas que serviam mais outros interesses que a própria Igreja. Penso que o que é importante é saber distinguir as coisas e compreender até que ponto é que tudo isso abala as crenças e a fé – distinguir o porquê da fé e as características e vida das pessoas que despertaram em nós essa fé.
Analisando o filme fora das minhas considerações históricas e religiosas, penso que o autor exagera nalguns pontos. Os mais flagrantes para mim serão a forma como aparece a Opus Dei e a “maior mentira da humanidade”. Será mesmo “a maior mentira da humanidade”? Afinal o que é mais importante? O que Jesus transmitiu ou os factos da sua vida, as suas relações? Afinal em que se baseia o nosso Cristianismo, em valores ou em simples factos históricos, que podem nem sequer abalar esses princípios?
Em relação à Opus Dei, não posso deixar de afirmar que vejo com alguma estranheza algumas coisas relacionadas com esta forma de vida. No entanto, também me sinto forçada a dizer que o autor transmite uma visão de pessoas muito terríveis, capazes de actos verdadeiramente atrozes, contra a própria vida humana, em nome de supostos segredos. Penso que tinham mais do que razões para se indignarem com o livro!!!
Independentemente de tudo isto, voltando à minha ideia inicial, e pegando na minha pouca experiência de vida nesta Terra, acredito que tem que haver algo para além de nós. Uma Força, uma Verdade Absoluta, uma Ordem, não sei, simplesmente algo… de facto só uma Inspiração justifica viver em busca de leis que expliquem o funcionamento do Universo, pondo em causa a própria vida… viver à frente do tempo, acreditando nas capacidades do e no próprio Homem, transmitindo dados das suas próprias descobertas ou apenas indícios para verdades muito maiores…

…Newton…
…da Vinci…
…Victor Hugo…

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