Cristal

A felicidade é frágil...

Sunday, May 11, 2014

Dizem que agora será diferente...



Depois de cinco anos de intenso trabalho, suor e muitas lágrimas entre sorrisos envergonhados, cheguei ao fim de uma caminhada. Apenas profissional bem sei, mas com intensas repercussões na minha vida pessoal. Certamente que modificou a forma como vejo as coisas, vivo os momentos e encaro os desafios. Posso dizer que me sinto mais confiante agora. Afinal tenho valor, mais do que aquele que muitos não se cansaram de me mostrar que se calhar não tinha. A esses também agradeço, porque nunca me fizeram desistir! 

Este não é um texto que pretende ser uma lamentação. Pretende sim questionar alguns pontos e mostrar esperança no futuro. 

Durante este período, venci muitos obstáculos e tive várias conquistas. Mais uma vez, não apenas a nível profissional. No entanto, mantive um pouco a minha tendência de negligenciar um dos lados da minha vida... o meu EU, com as suas necessidades, que afinal são transversais a qualquer ser humano com um coração...

Por esse motivo, apesar de feliz, ainda não consigo entender este meu novo estado. Por um lado, não deixo de sentir um certo vazio... Falta-me algo... Por outro, estou cheia de vontade de começar coisas novas, conhecer pessoas novas, levar a cabo projectos metidos na gaveta há anos... Mas confesso que me falta ainda alguma energia... Será transitório? Espero que sim...

Dizem que agora pelo menos os sorrisos podem surgir sem vergonha, quando os tiver de dar. Dizem que agora já não me vão poder fazer sentir o mais pequeno grão de areia do mundo. Dizem que agora o trabalho diminui... Na verdade, ainda não o senti diminuir, antes a aumentar, por um lado... É o preço de quem quer manter um certo nível de exigência consigo mesma. 

Mas é muito bom chegar a casa e poder deixar-me cair no sofá a ver programas de televisão parvos, sem sentimentos de culpa. É muito bom poder sair à noite a meio da semana sem pensar que deixei uma apresentação em atraso. É muito bom olhar em frente e ver que agora tudo depende mais de mim do que dos outros.

Não sei se daqui para a frente vai ser tudo assim tão diferente. Mas pelo menos vou tentar que o seja. Vou delinear o meu perímetro de segurança, traçar os meus objectivos e caminhar até os conseguir atingir.

Finalmente não deixarei o EU de lado. Adaptando-me às contingências da vida e dos tempos que correm neste país quase sem esperança, há muito a fazer, muito a conquistar, a aprender e a viver...

Como hoje uma amiga minha disse, parece que os nossos dias de cão acabaram... Acreditemos nisso! Façamos por isso!