Cristal

A felicidade é frágil...

Wednesday, September 06, 2006

Pedaços



Um raio de sol entra pela janela,
Desperta-me de um sono descansado…
Contrariada, lentamente abro os olhos e deparo-me com a brancura do quarto, que permanece em silêncio.

Branco em silêncio… Pureza…

Pouco a pouco, despertam também as minhas energias e levanto-me da cama.
Repito as tarefas matinais habituais, sempre pela mesma ordem…
Como se fosse uma máquina…

Ainda assim, reparo nas coisas à minha volta:
Nas plantas da casa, que recebem alegremente o Sol nas suas folhas,
E crescem, têm flores das mais variadas cores… vivem…
Nos objectos coloridos espalhados harmoniosamente pelos móveis…

Cores vivas… Harmonia… Alegria…

Abro a janela, na ânsia de aspirar o mundo para dentro de mim…
Sinto-o de olhos fechados…
Uma pequena brisa sopra e faz esvoaçar os meus cabelos ainda despenteados…

Sopro de vida…

Hoje, parece que o dia acordou diferente!
Com cores mais vivas,
Com sons nunca antes decifrados no meio do stress desta cidade,
Numa tentativa de arrancar as pessoas da monotonia…

Monotonia… Risco de vida…

Os minutos passam…
Preciso de apressar-me…
O trabalho espera-me…

Vou…

Apesar de ser cedo ainda, as ruas começam a encher-se de gente.
Já se vislumbra a multidão na praça, do cimo da minha rua.
Aproximo-me e misturo-me...

Pessoas diferentes, pessoas iguais... indiferentes.

É apenas uma massa humana, todos passam por caminhos que nem se distinguem,
Quase já nem se atropelam…
Parecem almas adormecidas em corpos que se movimentam mecanicamente…
Na monotonia de todos os dias… Sempre iguais…

Não se distinguem…

Se pedisse a cada uma para descrever alguém que tenha visto desde que saiu de casa,
Nenhuma o conseguiria fazer,
Porque todos olham, mas ninguém vê.

Paro!

Aprisiona-me esta indiferença!

Grito!

Na esperança de acordar esta gente…

Mas ninguém ouve…

E não param…



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