Hoje não vou por imagens, nem músicas, nem títulos... Não vou pôr nada... Fica o silêncio apenas. Que alguém o povoe com o que quiser.

Não costumo falar sobre mim directamente, mas hoje vou fazê-lo. Vou falar de mim. Porque me sinto pequenina, sozinha e sem forças para me levantar do chão.

Na semana passada fui à minha escola. Ao meu porto de abrigo de um dia. Percebi que já se tinham passado 12 anos... Doze anos... Nessa altura era apenas uma menina cheia de sonhos. E com muita força para os realizar. Senti-me bem! Senti-me protegida! Encontrei muitos que não esperava encontrar e senti-me feliz! Senti-me vista! Porque tinha deixado uma marca naquela escola! Lá não sou apenas mais uma. Sou a Marta! A menina caladinha, mas que era capaz de muito. Senti-me feliz, como já não me sentia há muito tempo...

No entanto tudo passa e desde ontem que estou mergulhada num mar de tristeza. Porque voltei ao sítio onde sou apenas mais uma. Ou melhor, nem mais uma eu sou porque ou incomodo ou sou invisível. Estou tão cansada... E ninguém me ajuda... Sou eu e eu a navegar nestas águas atribuladas. Estou sem ninguém... Rigorosamente ninguém... E falta-me um abraço. Sinto falta de um abraço... Nem na família encontro o que procuro. Nunca encontrei, mas agora muito menos... Tenho saudades do colo da minha avó... Das brincadeiras dela... Dos abraços... Das histórias... Se pelo menos ela estivesse aqui... 

Todas as manhãs acordo e só me apetece chorar ao lembrar-me do dia que tenho pela frente. Estou esgotada. 

Não sei o que vai acontecer. Não sei como vou conseguir erguer-me de novo. Que Deus me ajude! Não sei porque me tem posto tanta coisa no caminho, mas acredito que tenha uma razão de ser. Acredito que Ele está sempre por perto... Mas até a fé me começa a falhar...