"Morreu José Saramago, o Nobel da Literatura Português."
Eram assim interrompidos o jornais televisivos a 18 de Junho de 2010. Com todo o aparato e discussões que deste facto advieram, várias coisas me ocorreram. São elas que venho partilhar.
A Morte. Afinal o que é a morte? O final de tudo? Uma passagem? O início de outra etapa? Pelo menos é o fim da vida assim como a conhecemos... No entanto, apesar de todas as discussões metafísicas, uma coisa é comum a todos nós: olhamos a morte com perplexidade... Todas as fácies tristes perante uma morte não serão apenas pelo facto de se ter perdido alguém querido, mas também porque ganhamos consciência de que um dia seremos nós... deixamos de ser... deixamos de estar... Ganhamos ainda consciência de que a morte é algo transversal, sobre a qual não temos poder algum... E tudo isto é estranho... Faz crescer em nós o medo...
Confesso que tenho medo da morte. Não sei porquê... A verdade é que gosto muito de viver...
Desde muito cedo tive consciência do EU. A morte é de certa forma a destruição deste EU ou pelo menos uma transformação dele. E isso ainda não consegui clarificar... Porque mesmo acreditando de que a morte não é o fim, perturba-me a ideia da diferença, da transformação... pelo desconhecido...
A morte é um fantasma que ainda perturba a Humanidade. Por mais que se avance, todos nós ficamos pequeninos perante ela. Todos nós somos iguais...
